quinta-feira, dezembro 16, 2004

Mãe de 25

Estamos perante um “caso português”. Uma mãe de muitos filhos, que não é auto-suficiente, são quinze ao todo, e como é normal quando há muitos filhos, muitas vezes não estão de acordo, discutem, e quem ganha são os manos mais fortes. As dificuldades desta família são muitas, não é coesa, nem todos gostam de todos, há invejas e há uns que recebem uma mesada maior do que outros, apesar do sustento ser escasso para alimentar tantas bocas.

Estranho é que, sendo já tantas as dificuldades, esta mãe está mesmo a pensar ter mais dez filhos num futuro próximo! Se com quinze já é o que é, imaginem o que será com vinte e cinco... Já é complicado para esta mãe ouvir sempre os queixumes dos seus quinze filhos, sobre isto, sobre aquilo... E com vinte e cinco? Conseguirá esta mãe encontrar respostas para todos? Muito complicado. Antes mesmo de começar a tentar responder, tem de pensar como vai arranjar tempo para os ouvir a todos.

Os dinheiros lá de casa terão de ser divididos por mais dez filhos, filhos muito exigentes e pedinchões que querem sempre mais e mais, e que muitas vezes olham mais para o seu próprio umbigo do que para o umbigo comum.

Tão pouco pão para tantas bocas. A distribuição das mesadas não será tarefa fácil... Prejudicados sairão com certeza os irmãos mais fracos, e também aquele que nos é mais próximo, porque a pensão lá de casa não chega para todos e há uns que precisam mais do que outros.

Todos os problemas desta família não caberiam enumerados aqui, mas não é um cenário negro, não o quero fazer parecer. Os fins estão bem definidos, com vista a construção de um futuro comum, em nome dos seus membros. Os valores enraizados nesta família levam a pensar que o seu alargamento é positivo, e que só faz sentido que assim o seja: que sejam cada vez mais a tomar o mesmo caminho, unidos pelos mesmos propósitos e com os mesmos objectivos. Também verdade é que antes de pensar em voos maiores é preciso que as bases estejam bem assentes.

Sra. Europa, não seria mais sensato solidificar esta família, esperar que os filhos mais novos cresçam, e só depois pensar no “alargá-la”? As gerações anciãs desta família têm apenas 50 anos. Vamos devagarinho, porque depois não há aborto possível.